CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO E O CAIXA

ARTIGO PUBLICADO EM ZERO HORA EM 08/05/2019

 

Conselhos de administração devem ser os principais responsáveis pela definição das estratégias das empresas que os possuem em suas estruturas.  O entendimento dos impactos destas estratégias sobre o caixa é fundamental de ser entendido por estes.

Embora importantes, o patrimônio das empresas, especialmente quando compreendidas suas imobilizações, prédios, máquinas e mesmos diversos intangíveis, pouco podem valer se suas operações não gerarem de caixa. O capital investido precisa trabalhar e se transformar em fluxo de caixa. O acúmulo de caixa, até um nível adequado é tão ou mais importante do que imobilizações. Muitas empresas apresentam patrimônios consideráveis, mas podem ter dificuldades ou se inviabilizarem se a liquidez apertar, podendo chegar à insolvência.

A estrutura de capitais adequada deve ser entendida e analisada. No desenho estratégico, compreendido o financeiro, parte-se de uma situação presente, definem-se os alvos, analisando-se os aspectos mercadológicos, que avaliam questões de mercado, do cenário econômico, do setor em que a empresa compete, de sua capacidade comercial de manter ou expandir suas vendas e mesmo questões tecnológicas; na prática o que estas empresas necessitam fazer é permanentemente revisitar seus planos de negócios.

Os planos de negócios determinam os usos de recursos para operações desejadas; na sequencia, o financiamento destes planos demandam as fontes necessárias e compreendem capitais próprios e de terceiros. Estes planos elaborados, juntando seus usos e fontes, devem se mostrar exequíveis, gerando retornos adequados para seus acionistas que podem ou não aprová-los.  O plano de negócios deve conversar com a estrutura de capitais das empresas, em especial analisando seu endividamento. Bem usado, o crédito faz bem, mas em excesso, com prazos e taxas inadequadas, pode as inviabilizar. Dívidas geram custos financeiros que devem ser cobertos pela geração de caixa das operações; muitas empresas carregam dívidas estéreis, que são créditos tomados que não retornaram e que permanecem em seus passivos gerando despesas.

Os conselhos de administração necessitam ter esta visão completa das estratégias propostas e dos impactos da estrutura de capital e de seus riscos de execução para definirem seus planejamentos, pois as diretorias executivas, na maior parte dos casos, são mais operacionais e executores de planos estratégicos definidos. Uma clara visão do caixa e do seu fluxo, além do endividamento, é fundamental para a perpetuidade de qualquer negócio e do desempenho das administrações.