A INDUSTRIA AUTOMOBILISTICA NO RS – PARTE 5

PUBLICADO EM ZERO HORA EM 11/10/2017

 

O complexo industrial da General Motors em Gravataí, inaugurado em 2000, já produziu desde então mais de 3,2 milhões de automóveis; o primeiro milhão foi atingido em 2008 e desde então a fábrica tem sido modernizada e ampliada, sendo que recentemente anunciou investimentos na ordem de R$ 1,4 bilhão na expansão em especial de sua competitividade.

Em que pese os desastrosos anos de 2014 e 2015, frutos da recessão, quando a indústria automotiva nacional teve desempenhos desastrosos e em especial a GM produziu em 2016 cerca de 50% comparado com 2014, o acerto da implantação da fábrica aqui lhe permitiu o bilionário investimento para os próximos anos.

Embora a empresa não divulgue em detalhes seus números, o que dificulta um pouco algumas análises, nos permitimos aqui alguns exercícios; a produção de 3,2 milhões de veículos, se considerado um valor médio por veículo a preços de hoje de R$ 40 mil, chegaríamos a um faturamento desde 2000 de R$ 128 bilhões. Estudos realizados indicam que do faturamento global da empresa tem-se um impacto no PIB próximo de 30%, ou seja, R$ 38,4 bilhões foram adicionados a nossa economia no período. O impacto estimado do complexo gera em nossa economia algo como 3,5% de tudo o que se gera aqui, permanente, o que dá bem uma ideia de sua importância.

Se a GM atingir uma produção estimada próxima a 400 mil veículos por ano, seu faturamento deve se aproximar de R$ 16 bilhões, o que teria uma representatividade de R$ 4,8 bilhões no PIB estadual; quanto a empregos, atualmente são 6,5 mil empregos diretos no complexo industrial aos quais se juntarão mais 1,7 mil com o atual investimento, o que representa uma massa de salários superior a R$ 270 milhões anuais, fora encargos. Em número de empregos estima-se que a cada emprego direto, mais cinco indiretos se somam, ou seja, mais de 50 mil pessoas estarão empregadas a partir da operação do complexo.

Os números acima só não são maiores em função do desastre econômico provocado em nossa economia e sua longa recessão de quase três anos que está finalizando em 2017, onde se perdeu próximo de 8% do PIB, quando seria normal que se crescesse 8%; se tivéssemos dessa forma crescido 16%, o impacto da montadora na economia do Estado seria ainda maior.

O complexo industrial da GM em Gravataí fez com que aquele município representasse atualmente o terceiro maior em PIB no Estado, segundo dados do IBGE/FEE, com participação de 10,8% no total, apenas um sexto de Porto Alegre, posição essa devido unicamente a implantação da Empresa lá.

Na próxima coluna publico o último artigo dessa série.